quinta-feira, 29 de julho de 2010

Ela une todas as coisas

Ela une todas as coisas
como eu poderia explicar
um doce mistério de rio
com a transparência de um mar ?

Ela une todas as coisas
quantos elementos vão lá …
sentimento fundo de água
com toda leveza do ar

Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está

Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar !
Ela só precisa existir
para me completar

Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar


Ela une as quatro estações
Une dois caminhos num só
Sempre que eu me vejo perdido
une amigos ao meu redor

Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está

Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar !
Ela só precisa existir
para me completar

Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar
Une o meu viver
com o seu viver
Ela só precisa existir
para me completar

Ps: Hoje é seu aniversário. E só tenho a agradecer por tudo que ela me proporcionou e por tudo que sou hoje! Madrinha Te amo!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Luxuriante


Saberás que no final tudo é movido pelos sentidos... O olhar que mira a presa. A penetração olfativa. A voz intensa e customizada para situação lasciva. E o tato... O tato nada mais é que o ápice. A prática. O clímax! É inquestionável que por fim tudo é uma questão de pele. De contato. A pele independe de fatores externos. Independe de qualquer julgamento... É inerente sua autonomia! A pele é facínora!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Sentado na cadeira da frente...

Por um motivo, digamos que banal, um casal se separa depois de anos. Inevitavelmente, eles voltam a se encontrar com uma celebração importante da sua filha. O tempo o fez mudar... O tempo tornou-lhe mais sensível a tudo! Provavelmente essa sensibilidade e esse brilho nos olhos vieram com a separação. Fitava-lhe por um tempo e percebi que ele a olhava fixamente. Os olhos passavam uma mistura de admiração da mulher que já fora dele e ao mesmo tempo um olhar vazio, de arrependimento. As pessoas realmente são incomuns, elas mudam de destino, mudam suas vidas, terminam relacionamentos e amizades por motivos simplórios, por ego ou orgulho. Por alguns instantes fantasiei uma cena de novela na minha frente. Ele poderia ir atrás, dizer que ainda a ama, mostrar que ainda não a esqueceu. Um pedido de volta... Na frente de todos! Mas isso não aconteceu... Efetivamente, deixamos para trás todo o Romantismo. Tornamo-nos cada vez mais Realista, literariamente falando. Saudades daquele sentimentalismo de Álvares de Azevedo, com a Lira dos Vinte anos, por exemplo.



Ao retornar a cena real (saindo da imaginação da ficção produzida), constatei como, enfaticamente amo ser um espectador. Adoro poder escutar, ver, ler e saber de histórias. Não como fato de ser curioso, ou de simples fofoca que causa interesse. Mas com o fato da comoção causada. De saber que todos têm algo interessante a dizer. Ou que sempre vai existir uma história comovente a surgir. Não nasci pra atuar, pra está no palco, agindo como protagonista. Prefiro os figurantes. Prefiro passar despercebido e saber que fiz parte daquela história, mas do lado de fora, como participante dos bastidores. É enfadonho e cansativo ser um protagonista, em grande parte. Ele precisa sempre ser o centro das atenções, ele precisa sempre causar “emoções” ao receptor. Sempre tem que ter algo a dizer. Já o espectador acomoda-se, escuta, rir, chora e no final “aprende”, da mesma forma que o protagonista, ou por vezes, melhor, pois o mesmo não avalia com olhos julgadores. Entretanto, o espectador é quase que um covarde. Nesse quesito o protagonista sai ganhando, pois ele vivencia o que está passando. O protagonista é antes de tudo, ousado e destemido. Ganham experiências e mais amadurecimento. Porém, a testemunha aprende ao lado, com todo o acontecimento. As poucas vezes que fui o personagem principal, “tremi na base”, não me contive. É preciso ser forte e corajoso ao agir como tal. Contanto, se assim for possível, continuarei no backstage, visualizando e aprendendo. Prefiro mesmo é bater palmas ao final. Rindo ou chorando serei mais cauteloso ao me destacar.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O menino do pijama listrado

A excelência vem a partir do título. A bela e eufêmica metáfora colocada para uma “minoria” (judeus) desfavorecida em plena segunda guerra mundial. O pijama nada mais é do que uma roupa de recluso, de encarcerado. Apesar de transporta-se a II Guerra mundial, o filme torna-se atual. É notória a presença da discriminação e do preconceito, ainda hoje, porém de formas variadas. Matam em nome de convicções e idolatrias. Ainda repudiam contra algumas raças e religiões. O que nos resta, assim como no filme, é contar com a beleza da mulher, de alguns seres humanos e com a esperança de uma criança. A mulher em toda história da humanidade mostrou-se um ser mais inteligente, compreensivo e humano, ao contrário dos homens e do todo seu legado patriarcal e machista, proveniente até hoje. E a criança é a página em branco. Para com ela será sempre necessário mostrar o lado mais humano, o lado mais justo e digno para o bem melhor em comum. E também é com ela que deveriam aprender e se espelhar em diversos aspectos. E quanto à guerra? Das pequenas às grandes... Essas devem continuar. Infelizmente, existiram guerras e ainda continuaram a existir enquanto houver discriminações e desigualdades. Enquanto não se pensar no bem ao próximo. Poucos estão preparados para a paz. Muitos ainda precisam abrir os olhos!



A infância é medida pelos sons, aromas e imagens antes de surgir a hora sombria da razão.
John Betjeman

segunda-feira, 19 de julho de 2010

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Três As


Um dia desses voltando para casa, escutara no ônibus a música Canteiros de Fagner. Logo o começo que diz “Quando penso em você, fecho os olhos de saudade...” Lembrara imediatamente dela. Ficou mais feliz e surpreso ao descobrir que tal música era criação de Cecília Meireles(escritora que admirava). Automaticamente lembrara de outra música que adoravam: Por enquanto, cantada por Cássia Eller, principalmente o trecho que diz, “Se lembra quando a gente chegou um dia acreditar que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre, sempre acaba”. Assim como essas músicas, tantas outras o faziam lembrar... Não recordava com tristezas, mas com saudades e boas recordações. Cresceram juntos, praticamente se criaram juntos. Como não lembrá-la? Como não lembrar essa amizade? É de fazer inveja a qualquer ser humano! Amizade tão longa e tão sólida. Existiram poucos problemas entre os dois, quase nenhum. Só ótimas lembranças. Todas as brincadeiras juntos, os mesmos filmes locados, os desenhos assistidos, o Almanacão da Turma da Mônica, as danças do tchan... Tantas coisas... Até mesmo sua chatice e o seu gênio forte. Sem eles não seria sua amiga de sempre... Chegara à conclusão, que a valorização que mostrava a uma amizade ou a um ser humano, em geral, é por que aprendera com ela, a partir do momento em que constatou serem amigos. A partir do momento em que sentia saudades com a distância com apenas 7 anos de idade, sem ter consciência do que sentia. Hoje em dia, orgulha-se do que se tornaram, e do que ela se tornou! É maravilhoso ter uma amizade que é notório o seu crescimento e seu amadurecimento. Apesar dos seus defeitos, ela sabe ser exemplar! São coisas de outras vidas... Uma amizade transcedental! Amada Amiga Amanda!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Curta metragem

Encostou a cabeça em seus ombros e adormeceu. Continuara acordado... Naquele instante pensara em toda aventura percorrida. Todas as loucuras feitas... E como foi arriscado. Risco, não pela sua vida, por mais que tudo parecesse novo e recente, não tivera medo disto. O medo era de arriscar os sentimentos... Entregar-se ao inédito! De ir à algo que achara casual, descompromissado e mostrar-se apreensivo consequentemente. Nesse momento não conteve as lágrimas. Lágrimas de felicidade com toda situação. Lágrimas da despedida aproximada. Lágrimas interrogativas. Não sabia o que viria... Tudo era uma incógnita... Sabia que como um sonho, tudo iria terminar com o retorno, mas não era o que desejava. Não como o final de um sentimento, mas como finalização de uma história, ou pelo menos, a interrupção da mesma. Em instantes de insanidade almejava uma mudança. Viver uma nova vida. Não queria regressar! Passara um bom tempo acordado pensando em toda trajetória. Ao desembarcar a realidade, fora deixado parte daquela película. Aos poucos, a sinopse mudara de aventura à comédia romântica, ou até mesmo um drama, dependendo do referencial. E assim, ressurgia o outono, agora que o verão passou.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Café com leite



E ele questionou: Será que somos irmãos gêmeos? Provavelmente... Irmão de espírito, irmão de alma e de coração. O irmão que escolhera na sua vida. Seu irmão preto! O encontro sempre era uma realização. E mais uma conversa se estendia, e mais um debate acontecia, mais um aprendizado, mais uma emoção. Com ele os pêlos se arrepiavam... Sinal de concordância entre duas mentes pensantes. Sinal de sentimentos recíprocos. Fala-se da vida, fala-se de amores, fala-se de músicas e de filmes, fala-se de impressões e sensações... Com ele existia uma vontade do desabafo sem medo. Os defeitos mostrados sem julgamentos. O companheirismo. A afinidade impar. Com ele vejo o mais simples como o mais importante. Vejo a saudade com a distância. Vejo a felicidade no reencontro. “Ele sempre entende do início ao fim. É a cura de qualquer vício...”

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O anuncio

O dono de um pequeno comércio, amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua:

- Sr. Bilac estou precisando vender o meu sítio, que o senhor tão bem conhece. Será que o senhor poderia redigir o anúncio de venda para o jornal?

Olavo Bilac após conhecer o sítio do amigo, apanhou o papel e escreveu:

"Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão. A casa banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranqüila das tardes, na varanda".

Meses depois, topa o poeta com o homem e pergunta-lhe se havia vendido o sítio.

Nem penso mais nisso, disse o homem, quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha!

Às vezes, não descobrimos as coisas boas que temos conosco e vamos longe atrás de miragens e falsos tesouros.

Valorize o que você tem, a pessoa que está ao seu lado, os amigos que estão perto de você, o emprego que Deus lhe deu, o conhecimento que você adquiriu, a sua saúde, o sorriso, enfim, tudo aquilo que nosso Deus nos proporciona diariamente para o nosso crescimento espiritual. Querer mais é legítimo e traz prosperidade, contudo, vale lembrar-se com carinho e agradecer toda conquista.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Ser adulto?


Uma alto-avaliação, realmente chegara à conclusão de seus defeitos. Enfim deparava-se com toda a sua infantilidade. As comparações mostravam, as pessoas falavam, até o próprio constatava... Por incrível que pareça desejava suas atitudes anteriores, por vezes fria, indiferente, porém “despreocupada”. Desejara pensar antes de agir como sempre o fez. Ou desejara pensar, pensar, pensar... E não agir. Com os acontecimentos notara como, às vezes é bem salutar apresentar-se de mãos atadas, e não agir. Manter-se um robô para certos aborrecimentos. Na linha da etiqueta e dos bons costumes. Ser etiquetado!Nessas horas surgiria uma dúvida: o que seria mostrar-se adulto? Seria encobrir certas raivas e rancores pra mostrar-se acima de tudo? Seria provar uma boa conduta, não demonstrando a realidade? O terrível desfecho: demonstrar-se adulto seria ser hipócrita? Ser adulto, costumeiramente, tornou-se ser individualista, falso, em partes, e racional, em sua grande maioria. Deve ser por essas e mais outras, que sentira saudades de sua infância. De poder brincar sem julgamentos, de poder falar o que pensa, de não ter maldades com o próximo. De usar a emoção de forma impulsiva. Ser verdadeiro, sem egocentrismos, típico dos adultos. As crianças dão aulas de coletivismo. Não fora a esperteza dos adultos que o fizera ser. Aprendera com a ingenuidade que a infância permite. E é com a ingenuidade que aprende até hoje.