terça-feira, 22 de junho de 2010

A solidão e sua porta


Quando mais nada resistir que valha

A pena de viver e a dor de amar

E quando nada mais interessar

(Nem o torpor do sono que se espalha)



Quando pelo desuso da navalha

A barba livremente caminhar

E até Deus em silêncio se afastar

Deixando-te sozinho na batalha





A arquitetar na sombra a despedida

Deste mundo que te foi contraditório

Lembra-te que afinal te resta a vida



Com tudo que é insolvente e provisório

E de que ainda tens uma saída

Entrar no acaso e amar o transitório


Carlos Pena Filho

Ps: Lembro desse texto até hoje. Vi pela primeira vez em uma prova de literatura que fiz entre o 2º ou 3º ano. Interessante a forma que ele demonstra como devemos praticar o desapego.

Nenhum comentário:

Postar um comentário